Le Petit Fred

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Estou cego, estou completamente cego


Sempre me confundiu a partidarização das campanhas à Presidência da República. Confunde-me também, ainda hoje, a partidarização das campanhas autárticas. Somente nas legislativas entendo a organização partidária. O apoio de uma qualquer organização é bem vinda para quem se candidata, mas é para mim irrelevante nalgumas situações. O apoio do Futebol Clube do Porto a um candidato á câmara, ou de uma empresa lactifundiária, ou de um Partido Político não me conforta quanto ás boas intenções da pessoa para o cargo que vai desempenhar. Já o apoio de uma associação humanitária, com alguma moderação, me induzem ás características humanas deste. As declarações dos seus amigos, familiares são redundantes, mas as dos que trabalharam com ele ou os resultados obtidos por este na execução das suas funções, são para mim, características importantes. É importante sermos juízes dos valores do cidadão que nos representará. Sem religiosidades extremistas, claro. Casado, solteiro, hetero ou homosexual, mono ou poligamico, ateu, judeu ou muculmano, preto, amarelo, vermelho, mulato ou ariano, isso são pormenores sem a mínima importância. Mas a verdade é que faltam independentes. E quem os apoie.
Os que há, são conotados com ideiologias de esquerda ou direita como se a ideologia (política e não só) de alguém fosse possível de medir num plano unidimensional. Traça-se uma linha horizontal e cataloga-se o pensamento do indivídio num dos lados de um centro imaginário marcado nessa recta. Quando não é este o plano escolhido, converte-se para um outro como o da bipolaridade liberal-conservador. Ora, já é um adianto mental quando algúem consegue calcular o quoficiente intelectual do sujeito nestes dois planos. Mas no final, o que se sabe do pensamento do indivídio? Pouco, muito pouco. Do que interessa saber? Nada, quase nada. Porque de esquerda e direita, liberalismo e conservadorismo temos todos um pouco. Cada um na sua medida. O que interessa não é como desejamos atingir o fim. É saber que fim queremos.
Perdi-me... Vou resumir. Não quero uma Madre Teresa a liderar-me, quero alguém que se dedique a fazer o seu melhor para atingir o melhor para todos. E que seja o melhor a fazê-lo.
Ou seja, o melhor a fazer o melhor pelos outros.

Abram os olhos.
"Cegos somos todos nós, que vendo, não vemos."
Ontem, Ensaio sobre a cegueira, no Teatro da Trindade

2 comentários:

andre disse...

pensei que ias terminar o texto com:
essa pessoa sou eu
Votem Fred
:)
mas falando mais a brincar
tu que me tens ensinado a ser melhor e a ser melhor para os outros..
continua a escrever
escreve até o papel furar
até rebentares todos os lapis que eu roubei no ikea
mas escreve

Anónimo disse...

gostaste da peça?