A caminho dos 30...

É com alguma felicidade, muita alegria, bastante excitação e ansiedade q.b. que vos convido para uma noite de convívio, delírios gastronómicos e devaneios musicais na mais emblemática rua da cidade invicta (aka Oporto). A rua é a mais que amada, compartilha com Negreiros o seu nome e desce de 1910 até Marrocos.
O melting point terá lugar no número 555 onde por entre uma e outra garfada se dará esta e aquela facada, seguindo-se um concerto de sons com aroma africano no Kino mais próximo.

Há uma altura na vida à qual eu nunca chegarei. Sonhei durante anos por esse momento, em que a minha estatura teria acompanhado o crescimento numérico de voltas em torno do astro sol. Imaginava eu estar num concerto e poder olhar por cima de todos os piolhos de todos os cabelos e que estes me acenariam e perguntariam - que tal o tempo aí em cima.
Esperei por esse dia e nunca deixei de acreditar que o salto seria dado de um momento para o outro, sem que o estivesse à espera, tal como me prometera a minha progenitora.
Até que desisti... acredito que já não cresço mais. Presumo que parei de crescer já há algum tempo mas só agora me apercebi.

Estou no topo de uma montanha que estranhamente consegui escalar...
Diria mesmo que contra todas as expectativas, mas estaria a mentir se não vos dissesse que sempre houve quem acreditasse. Mas aí fui eu que estranhei.
Não sou, nem fui, a pessoa mais interessante, mais intrigante, mais culta, mais honesta, mais simpática, mais que nada. Disso tenho eu a certeza.
Espero contudo não ter sido, nem ser, a pessoa mais aborrecida, mais intrometida, mais implicante, mais egoísta, mais conflituosa, mais que tudo.

A caminho dos 30... não é um presságio para o regresso. Aquilo que eu consegui amealhar e reunir à minha volta são a base da minha existência.
Numa fase em que tomo consciência da idade não posso deixar de pensar no futuro. Não posso continuar à espera.
Tenho a montanha toda debaixo de mim. Chegou a hora de me lançar a toda a velocidade colina abaixo ou montar aqui base para construir um foguetão?
É a dúvida que me prende agarrado ao topo, ou então a feliz sensação de aqui estar.

Ter quem mais gosto à minha volta (desde os que simplesmente se sintonizam com os mesmos interesses, a que melhor me conhece, o que me melhor compreende, ou a que partilha comigo a mais secreta das intimidades), um projecto para apoiar, um foguetão para montar e uma ladeira para soltar a adrenalina é... um sonho.
Conto convosco para o tornar real.

Dia 18 de Fevereiro , pelas 20:30.