Le Petit Fred

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Manifesto F

Fomos votar. Ou melhor, alguns foram riscar o boletim de voto. Os outros não foram colocar a cruz. Eu também não. Mas votei. Votamos todos. Porque embora me tentem convencer do contrário, todos manifestamos a nossa opinião. Eu mostrei a minha. Total descrédito no poder do voto.

O poder do voto é nulo. Esta é a minha opinião na situação actual. Tenho pena. Por todos. Podemos colocar condicionantes... se todos fossemos votar, se todos nos informassemos antes de ir, se conseguissemos não nos deixar levar pelo que nos impinge a comunicação social... se os sistemas anteriores tivessem funcionado nunca teriamos precisado de um novo!

Compreendo que me censurem. Pode parecer que não tenha censo. Julgo que o tenho. Mas devo-vos uma explicação. Senão de que terão valido os sacríficios dos que, antes de mim e de vós, lutaram por este direito básico? Valeu-lhes o meu profundo respeito, e espero que o respeito de todos que nesse direito acreditam.

No momento em que vivemos, contudo, as regras são diferentes. O mundo mudou. Rodou mais umas quantas de vezes e embora o sentido pareça o mesmo novos obstáculos apareceram. E para os ultrapassar temos de derrubar o poder instituído. Tanto à esquerda, como à direita ou ao centro. Seja o poder da ordem da rosa, da maconaria do post-scriptum, do clã impresa, da seita da construccao civil ou outras actividades sobre-capitalizadas.

Será que o voto nulo anula o nulo do poder do voto? É uma hipótese. Quando tal acontecer, a maioria do voto nulo, todos os que lá estão teriam de sair. Cheguei a acreditar nessa solução. Fiquei positivamente surpreendido quando nestas últimas eleições legislativas observei a campanha de um movimento pelo voto em branco. Alguem se organizou e mobilizou forças e pessoas com esse objectivo... Nestas eleições já não os vi.

Meus caros, isto precisa de mudar. E não vai lá com o voto!

Meia-hora por dia! De militancia. De revolta. De reflexao. De ajuda do proximo. Chega de ficar parado. Vamos intervir. Comecamos pelo que esta perto de nos. Agrupemo-nos. Numa associacao. Num espaço fisico para o debate. Mas nao nos deixemos enganar, os pequenos grupos tambem podem estar a tentar aproveitar-se de nos. Temos de nos envolver e abrir os olhos. Nas outras (horas) evitemos o consumo excessivo. Principalmente para com aqueles que nos controlam. Digam não ao superfluo. Definam valores e principios e batalhem por eles. Por mim chega. E comeco já hoje. Antes que seja tarde demais e enquanto valer a pena lutar.

(em correcção ortográfica e gramatical...)

5 comentários:

Mary Mary disse...

Mai nada!
Também votei isso por isso não poderia ficar chateada!!! :P
Vamos lá tentar mudar este mundo só um pouco... :)

andre disse...

meu caro amigo,
eu realmente partilho do teu ponto de vista em grande parte, mas tenho a dizer que ainda nao encontrei alternativa para o voto.
Agora essa meia hora de militancia parece-me ser uma boa ideia.
E nós que vivemos tao perto do parlamento seria muito bom fazermos essa meia hora de militancia nas escadarias.. assim se nos desse um ataque de raiva poderiamos protestar em realtime. Deixariamos a conversa de café de lado e passariamos a ser realmente mais interventivos. Mas até q ponto iriamos mudar alguma coisa? Nao o podemos saber ate o fazermos.. e´assim como em tudo.

De qualquer forma a única ideia que tive foi esta
http://naopensesnisso.blogspot.com/2005/09/eureka.html
Não está escrito nos meus melhores dias mas da para terem uma ideia da nossa possivel salvaçao.

Carlos Medina Ribeiro disse...

CARRILHO, SOARES E ASSIS

COMO não votei em nenhum dos três (nem em nenhum dos seus opositores - pois votei em branco), estou à-vontade para fazer divagações olhando a realidade de dois pontos-de-vista diferentes (e há muitos mais, evidentemente).

Ponto de vista 1: Pelo que conheço dos eleitores de Lisboa, Sintra e Porto (e não é tão pouco como isso), julgo poder garantir que, se o PS tivesse arranjado alguém menos vaidoso do que Carrilho, menos irritante do que João Soares e menos mosca-morta do que Assis, os resultados teriam sido MUITO (mas MUITO) diferentes.

Estariam, então, os "entendidos" a tirar (em relação ao governo e ao PS), ilações diferentes das que se têm ouvido ultimamente? Porventura, sim...

Ponto de vista 2: Um partido que propõe candidatos como estes está tão longe do que o povo pensa e sente que bem merece o "apertão" que levou!

Anónimo disse...

Olé!

Identifiquei-me tanto com este teu post que não resisti a comentar... A minha opção de voto foi a mesma que a tua, e a minha utopia tb: se todos (ou pelo menos muitos) votassem assim, passariam a mensagem clara de que nenhum dos candidatos e nenhuma das propostas nos convenceram... Mas surgiu a dúvida: os votos em branco são interpretados assim ou vão apenas parar às estatísticas das abstenções? é que é substancialmente diferente: uma coisa é não se dar ao trabalho de votar, outra é ir lá, convicto de que se está a benificiar do direito de voto para dar um recado ao país...

JoanicaPuff! disse...

Só queria dizer ao comentador Medina Ribeiro ((com todo o respeito e educação)) que "SE a minha Avó tivesses rodas seria um camião!" O "SE" faz toda a diferença!
De resto, os adjectivos utilizados para cada um dos candidatos encaixam na perfeição

*Deixo para mais tarde a leitura do post pq agora não tenho tempo.